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Foto do escritorMaria Julia

Não se demore onde não pretende ficar

Quantas vezes permanecemos em um trabalho, uma situação ou relacionamento por acreditar ser um lugar seguro para ficar, mesmo identificando profundos desconfortos?


Seja na dinâmica profissional ou pessoal, permanecer em um desconforto conhecido é mais seguro que desbravar na aventura do desconhecido. Uma armadilha mental que nos  prende ao que não nos serve mais, mas será que vale a pena ?


O medo do novo são construções de defesa que revelam a insegurança sobre si em dar conta de um novo desafio, como prisões mentais, por vezes, de ordem inconsciente, que criamos para sustentar a ideia de lugar seguro, que nada mais é que uma fantasia de convencimento para suportar o que está difícil, mas que na verdade vem gerando ainda mais sofrimento. 


Na clínica, percebo a profunda dificuldade em enfrentar as justificativas que criamos para não sair do lugar onde estamos, demandando um profundo trabalho de desconstrução e ressignificação de crenças estruturais da ordem do desamparo. Por isso, não é um processo fácil e requer generosidade para acolher nossos estados de vulnerabilidade. 


No final das contas, desejamos o novo, o movimento, enfrentamento do que produz dor, sofrimento e angústia, mas tememos falhar na empreitada e nos defrontamos com a ideia de destruição do que construímos. O medo da falha pode tomar conta das dinâmicas psíquicas e afetar seus padrões de pensamento e comportamento. 


Porém, o segredo que não nos contam é que na falha há um aprendizado fundamental em nossa jornada da vida, a que somos capazes de sobreviver e com ela ampliamos nosso repertório. Ou seja, só quem já seguiu em uma estrada esburacada sabe onde deve ou não passar. A experiência te proporciona visibilidade para o caminho. 


Sendo assim, não se demore em lugares que não pretende ficar. Confrontar seus medos, revisitar as origens de suas inseguranças, se permitir sonhar, criar expectativa, lidar com suas frustrações, fazem parte do processo de tomada de decisão. E lembre-se, está tudo bem se levantar depois de uma queda, se arrepender após tomar uma decisão difícil, se frustrar diante de uma expectativa gerada.  Viver é sobre se manter em movimento, experienciar, se arriscar, seguir mesmo com medo. 


Te convido a refletir sobre os lugares em sua vida que não te cabe mais e avaliar, melhor um sofrimento conhecido ou um desconforto processual de transformação. Permita-se sonhar e se projetar em melhores versões de você. Tudo o que precisa está ai, inclusive, aquela coragem em acreditar. 


Faz sentido para você ? 

Espero que sim. Um forte abraço, Maju Psicanálise!

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